Alvenaria estrutural, o sistema construtivo mais antigo reconhecido pela história da arquitetura no Brasil.

Hoje, este sistema recupera sua eficácia através de se uso com materiais contemporâneos, ou seja os blocos regularizados estruturais. Embora Utilizado por alguns profissionais e ensinado academicamente, até as décadas passadas, este sistema foi pouco utilizado, em São Pulo e grande região.

A partir da década de 1980, com o surgimento de diversos condomínios residências na citada região, como Granja Viana na cidade de Cotia e Alphaville na cidade de Barueri, houve o incremento da construção de residências unifamiliares.

Grande parte destas construções residenciais, foram projetadas e construídas, pela inercia da cultura construtiva da mão de obra disponível e pela não intervenção dos profissionais na definição do sistema construtivo, com o sistema construtivo: estrutura de concreto armado e paredes de fechamento com blocos ou tijolos de pouca qualidade.

Arquiteto Beni Skitnevsky, trazendo desde a formação acadêmica na área de projetos e na área de sistemas estruturais e posteriormente em disciplina de história dos sistemas construtivos em São Paulo na pós graduação da Faculdade de Arquitetura da USP, realizou na década de 80 projeto e construção de residência em sistema construtivo alvenaria estrutural.

Utilizando os blocos normatizados estruturais de cerâmica, sendo que nos anos seguintes o desenvolvimento dos projetos com este sistema foi incorporado o sistema misto para as estruturas, mantendo as qualidades dos blocos estruturais, porem acrescentando estruturas de concreto armado, madeiras e aço, com as finalidades de atendimento aos espaços mais amplos e aos anseios estéticos dos clientes e do trabalho do arquiteto.

Esta iniciativa teve sua repercussão em matérias do jornal O Estado de São Paulo em fevereiro de 1996 e maio de 2000.

Beni Skitnevsky

Reprodução da matéria do dia 25 de fevereiro de 1996 – Caderno de Negócios & Oportunidades

Casa de 136m² por R$ 36 mil

Esse preço é alcançado pelo bom planejamento das etapas da construção

Matéria de: Lauro Aires Neto

Quem pretende cnstruir um imóvel pensa logo nos custos e no tempo de execução da obra. Esses dois fatores dependem do que os arquitetos e engenheiros chamam de sistema construtivo. É importante fazer um planejamento rigoroso da obra para escolher o processo de execução que mais se encaixe em suas caracteísticas.

Como exemplo de uma construção rápida e com custos baixos, o arquiteto Beni Skitnevsky fez o projeto de uma casa de 130 metros quadrado por R$ 36 mil, fora os gastos com projeto, terraplanagem e paisagismo. Nas fundações, ele usou sapata corrída para cargas distribuídas, que permite eliminar o uso de estacas.

Nas paredes, foram usados blocos cerâmicos maciços autoportantes acabados em uma face, que dispensam acabamento externo. “A sequência desses blocos acaba se transformando em colunas de sustentação da casa”, diz Skitnevsky.

Ele substituiu as vigas das lajes por um sistema de painéis terliçados apoiados em pontos estratégicos das paredes. Para o telhado, projetou caibros de 120 milímetros fixados nas paredes dos eixos príncipais. Skitnevsky garante que usou produtos de primeira linha como referencia para montar o orçamento, mas diz que só conseguiu preços vantajosos após muita pesquisa.

 

Pelo desenho da casa, pode-se ver que o projeto tem linhas simples, mas com um bom resultado estético.

“Para diminuir os custos, é preciso saber trabalhar com linhas e angulos retos, distinguir os eixos principais e evitar vãos muito grandes ou pequenos” diz Skitnevsky.

Segundo ele, outro segredo para gastar menos é prever todas as etapas da construção e destacar as operações que possam chegar prontas no local da obra.

Ele explica que na construção de residências, na maioria das vezes, levam-se os materiais brutos para o canteiro de obras, e, lá, realizam-se as operações de preparação.

Para diminuir os custos e o tempo da obra, Skitnevsky sugere que sejam usados materiais ou componentes que já tenham sido moldados fora do canteiro de obras.

“Existem estruturas semiprontas e alvenarias que requerem apenas o acabamento, poupando, assim tempo e dinheiro.”

Reprodução da matéria do dia 07 de maio de 2000 – Caderno de Construção

Blocos reduzem custo da obra em até 25%

Material cerâmico ajuda a diminuir gastos com revestimentos e praticamente dispensa o uso de concreto

Matéria de: Danilo Vivan – Especial para o Estado

Caros no início , mas viáveis no decorrer da obra, o uso de blocos cerâmicos pode ser encarado como um investimento a longo prazo para quem pensa em construir. Para comprar mil destas peças gasta-se até R$ 560, ante R$ 158 a opção de se utilizar tijolo comum de oito furos. Mesmo assim, o custo final do projeto pode ser até 25% menor.

Quem está acostumado às armações de madeira e ferro usadas para moldar o concreto, pode se surpriender diante de construções feitas com blocos cerâmicos. Nessa obras, quase não se fala em pilares e vigas, o peso da laje é suportado pelas próprias paredes. Ainda assim, os projetos feitos em alvenaria estrutural – o sitema construtivo que se utiliza de blocos – não dispensam totalmente o concreto armado. Em alguns locais, como nas janelas, ele pode servir de reforço.

Com a redução no uso do concreto, é possível cortar gastos sem prejudicar a segurança. “Esses blocos são feitos para aguentar grandes cargas”, explica a professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Mackenzie, Eleana Patta Flain.

 

A economia não pára por aí. Mais padronizadas que os tijolos comuns, as peças dispensam o uso de cimento para corrigir irregularilades. Com isso, revestimentos como Gesso e azulejos podem ser aplicados diretamente nas paredes. Outra vantagem é o fato de que os canos e fios sãocolocados diretamente n interior dos blocos, sem que haja necessidade de quebrar as peças, como no caso dos tijolos de oito furos.

Apesar de todas as vantagens dos blocos, quem optar pelo material deve pensar, de antemão, no projeto.

Casa projetada e obra gerenciada pelo arquiteto Beni Skitnevsky. Sistema construtivo: misto em alvenaria estrutural.

As peças são construídas em vários padrões e é preciso saber que tipo serão usados na obra para evitar desperdicio. Alguns fabricantes, como a Selecta, prestam assessoria gratuita aos interessados. “O uso correto dos blocos resultam em uma boa redução de custos”, explica o gerente técnico da Selecta, Carlos André Fois.
A professora Eleana alerta, ainda, para outro detalhe que pode colocar a perder o trabalho “Se a quantidade de cimento entre os blocos for insuficiente, não vai adiantar nada ter investido na compra de um material de melhor qualidade”.